quinta-feira, 3 de novembro de 2016

SR. CAPA PRETA


Esta é a casa de magia do pai Benedito. Ali ele faz trabalhos onde ele cobra fortunas das pobres almas ignorantes que o procuram por desespero e sem escrúpulo algum pai Benedito explora a todos que o procuram.  Além de extorquir financeiramente o seus consulentes ele também explora sexualmente algumas de suas fiéis mais jovens dizendo que é para livrá-las de trabalhos ruins e de maus espíritos. Pai Benedito é uma pessoa de péssima índole. Ele é um homem com mais de quarenta anos de idade, de pele morena, com alguns fios grisalhos em seu cabelo.
Na entrada de seu centro de magia ele possuí algumas imagens como as de Xangô,Ogum,Oxossi,Obaluaê e Iemanjá, apenas para iludir os seus clientes mostrando que ele realmente é um homem de fé. Na parte interna de seu centro de rituais as paredes são pintadas de preto e nelas contendo pinturas de sigilos mágico,pentagramas,símbolos cabalísticos,cruzes de caravaca e pontos riscados de Exus. Velas negras e vermelhas iluminam levemente o local deixando-o numa penumbra constante. O cheiro de incenso toma conta de todo o local. No centro da sala há um trono enorme de cor vermelha e negra no chão, imagens de vários exus como o Tiriri, Tranca Ruas,Exu mirim,Exu morcego,pombagiras adornadas com rosas vermelhas,o Exu veludo também estava lá assim como as imagens dos Exus Tata caveira e Marabô. Mais ao lado havia duas imagens de entidades do Vodu Haitiano, eles eram Papa legba e Barão Samedi. Todas as imagens estavam com suas devidas oferendas postadas aos seus pés. Pratos com farofa, azeite de dendê,pimentas vermelhas,charutos caros,taças de vinho,rum,champanhe,conhaque,whisky e cachaça.
Ao fundo estavam as maiores imagens do recinto, aquelas que eram dos Exus que tinham maior poder e influência em seu templo segundo as crenças de Pai Benedito. Três grandes imagens de Belzebu com suas asas negras e cabeça de búfalo, a imagem enorme de Exu Lúcifer o maioral e a imagem de Exu Capa Preta. Todos contendo suas devidas oferendas a seus pés.
Naquela noite Pai Benedito iria invocar o Exu Capa Preta para realizar um trabalho para aumentar as suas finanças e para acabar com um de seus rivais no ramo da magia negra.
O seu maior rival era o pai Alfredo dono de uma loja de artigos religiosos do bairro. Este também era pai de santo e efetuava trabalhos na linha da magia branca. Ele era o oposto de Benedito. Alfredo sabia que a alta magia deveria ser realizada para beneficiar o próximo,ser feita de coração e nunca para o mal. Uma vez realizado um trabalho visando o benefício próprio e o mal de outrem a magia se voltava para aquele que realizara o trabalho. Benedito também sabia disso mas não se importava com as conseqüências,uma vez que nenhum de seus trabalhos mágicos haviam se voltado contra ele.
Benedito havia escolhido invocar naquela noite o Senhor Exu Capa Preta pois ele sabia que ele era uma entidade poderosíssima no mundo dos Exus e que ele era o ideal para a realização de atos mágicos.
Quando deu meia noite os tambores e os pontos cantados começaram a soar nas caixas de som,Benedito tomou um gole de cachaça e acendeu o seu charuto adocicado. Ele dançava freneticamente cantando a letra do ponto preferido do Sr Capa preta:

‘’ Lá na encruza existe um homem valente, com sua capa e cartola com o seu punhal e o tridente’’...

Ele cantava em voz alta e gritava a saudação ao Exu: ‘’Laroyê, Exu é mojubá’’!
De repente a música cessou e Benedito ouviu passos firmes caminhando lentamente atrás dele. Ao se virar ele viu uma sombra negra de alta estatura se aproximando dele. Quando a sombra se aproximou ele viu que era a própria entidade que estava a sua frente, ninguém menos que o senhor da capa preta. Ele se aproximou e disse: ‘’O que você quer? Por que me chamaste?’’
Benedito com a voz trêmula lhe disse:
- Sarava senhor Exu da capa preta! Preciso de um favor seu. Quero que me ajude a aumentar os meus ganhos financeiros e que acabe com a vida do meu rival na magia, o Alfredo!
Logo em seguida a entidade poderosa disse-lhe:
- Você sabe das conseqüências de seu pedido tu não és nenhum inocente. Você conhece a LEI, que assim seja!
A voz da poderosa entidade era grave e profunda ele era alto e de pele morena usava vestes negras,uma capa enorme de cor negra e uma cartola em sua cabeça. Sua barba era escura assim como suas sobrancelhas grossas. Seus olhos eram pretos e penetrantes. De nariz aquilino e feições fortes. Sua expressão era séria e em seus dedos ele possuía anéis com adornos prateados e pedras negras. Em sua mão esquerda carregava uma bengala que trazia na sua ponta de apoio um crânio negro. Na mão direita ele trazia um tridente negro e em sua cintura havia um punhal dourado.
Após as suas palavras serem ditas em tom profético ele se afastou caminhando lentamente voltando para o lugar de onde ele havia surgido.
Benedito ficou extasiado com o ocorrido. Fora a primeira vez que ele havia conseguido ver um Exu na sua frente.
No dia seguinte ele saiu pelas ruas todo orgulhoso de seu trabalho na noite anterior. Ele foi logo correndo para a loja de Alfredo para ver como estava a saúde de seu rival de magia. Assim que adentrou a loja ele foi logo contando ao rival de sua façanha da noite anterior, apenas com o intuito de se sentir superior a Alfredo. Perguntou se estava tudo bem com ele e viu que sua saúde estava a mesma de sempre, que nenhum mal o havia atacado.
Benedito saiu da loja frustrado, pois esperava pelo menos a notícia de algum tumor maligno em seu rival. Mas estava tudo bem Alfredo não tinha dor alguma e nem sequer havia pegado um resfriado.
Benedito logo correu para o banco para ver se os seus consulentes devedores o haviam pagado pelo menos a parte financeira tinha de começar a melhorar antes de Alfredo morrer. Benedito entrou no bancou viu que a sua conta estava zerada. Ele correu para falar com o gerente do banco e este mostrou o vídeo das câmeras de segurança para Benedito após este fazer um grande escândalo dentro do recinto. As imagens mostravam Benedito retirando o seu dinheiro na noite anterior no mesmo caixa onde ele havia tentado ver a sua conta. Ele ficou louco gritando que na noite anterior ele estava em sua casa e que não era ele naquela imagem. Após muitas ameaças voltadas ao gerente do banco ele correu apavorado para a sua residência para ver se num momento de alucinação ele havia mesmo retirado o seu dinheiro e trazido ele todo para casa. Ao chegar em sua residência ele viu que não havia dinheiro algum guardado ali. Revirou todos os móveis em vão.
Suas mãos tremiam de nervoso e ele suava intensamente, pois não compreendia o que estava acontecendo com ele.
De repente ele sentiu uma dor aguda em sua boca e um gosto de sangue surgiu ali. Ele correu para o banheiro e em frente ao espelho ele viu que seus dentes estavam caindo, um por um. Todos estavam moles e soltos. Ele ia cuspindo os dentes na pia junto de uma espessa camada de saliva com sangue.
No meio de seu desespero ele sentiu uma dor enorme em sua garganta. Ele se engasgou com algo que havia se soltado no interior de seu pescoço. Era a sua língua que havia se soltado e estava escorrendo para fora de sua cavidade bucal.  Aquele pedaço enorme de carne foi saindo de sua boca lentamente, como se ele estivesse vomitando aquilo que antes era a sua língua.
Ele agora  só conseguia emitir sons ininteligíveis pois a sua fala estava completamente comprometida sem a sua língua no devido lugar. Ele correu desesperado para fora do banheiro quando de repente ele topou com os dedos do pé na quina da porta. Mas a dor não havia se feito presente. Benedito estranhou pois com uma pancada daquela era para ele gritar de dor. Ele olhou para os seus dedos do pé e viu que eles não estavam mais no local haviam sido arrancados com a pancada. Logo ele percebeu que todos os seus dedos dos pés e das mãos estavam todos escuros e apodrecidos. Ao tocar os dedos das mãos eles iam caindo facilmente como galhos apodrecidos de uma árvore morta.
Benedito se deitou no chão em posição fetal e começou a chorar desesperadamente, soluçando sem parar mal conseguia respirar. Um fio grosso de saliva escorria pelo canto de sua boca apavorada e desdentada. Sua calça estava toda urinada e na parte traseira um bolo fecal enorme escorria por suas nádegas. Ele estava em choque.
Enquanto seu corpo todo era tomado por espasmos e pelo tremor e o seu choro convulsivo ia tomando conta do centro de seu ego que naquele momento quase já não existia mais. Ele não sabia mais onde estava ou quem ele era. Benedito em meio ao seu estado de pânico resolveu ficar nu tirando toda a sua roupa ali mesmo no chão onde ele se encontrava. E assim ele ficou deitado e sem roupas todo sujo de urina, sangue e fezes. Foi nesse instante que movimentos peristálticos terríveis tomaram conta de sua barriga, a força dos movimentos era terrível. Benedito gemia e se contorcia de dor no chão da sala coberto de excrementos. De repente no meio daqueles movimentos horríveis feitos em sua barriga uma fenda começou a se abrir expondo sua carne seus músculos,veias,seus órgãos e uma camada de gordura amarelada. Do interior daquela abertura sangrenta centenas de insetos,baratas,escaravelhos,vermes,minhocas,aranhas,escorpiões e moscas saíram aos montes como se estivessem jorrando de um chafariz de carne viva.
Aos prantos e aos berros Benedito não acreditava que aquilo estivesse acontecendo com ele. Estava sendo torturado de uma maneira terrivelmente inacreditável. As criaturas que acabaram de sair de seu interior caminhavam por todo o seu corpo.
Em seguida Benedito começou a vomitar sangue e no momento em que ele regurgitava viu surgir no corredor da sala duas galinhas pretas vindo descontroladamente em sua direção. Um delas não tinha a cabeça pois era a mesma galinha que ele havia matado na noite anterior para ser utilizada no ritual. Mesmo sem a sua cabeça ela caminhava como se fosse um animal com vida. Ao se aproximar dele ela enfiou o seu pescoço cortado e sem cabeça no ânus Benedito e aos poucos ela foi conseguindo adentrar o seu reto chegando com muito esforço até o seu intestino, formando uma enorme bola abaixo de seu umbigo cortado. A outra galinha subiu lentamente no rosto dele que já estava desfalecendo. A galinha bicava e arranhava com suas unhas grossas os olhos do agora falecido Benedito, arrancando os olhos dos globos oculares com as bicadas certeiras.
Com a morte daquele homem que antes vivia de enganara e fazer o mal aos outros, seu corpo agora estava tomado por criaturas asquerosas que devoravam lentamente aquela massa de carne morta. E no meio daquela cena de horror surgia novamente a poderosa entidade da capa preta. Ele olhou para aquele pedaço de carne jogado no chão e repetiu a sua frase da noite anterior:
- Você sabe das conseqüências de seu pedido tu não és nenhum inocente. Você conhece a LEI, que assim seja!
Foi nesse momento que as velas negras e vermelhas que estavam apagadas na casa de Benedito se acenderam sozinhas e nas caixas de som os tambores começaram a tocar as canções ritualísticas do poderoso Exu da capa preta. Ele caminhou lentamente até o altar com as oferendas bebeu o copo com o whisky fino,passou a mão nas chamas de umas das velas deixando a chama totalmente negra, pegou um charuto e o acendeu no fogo negro da vela. Deu algumas tragadas,alguns goles e gargalhou caminhando lentamente para o lugar de onde ele tinha saído. Cantando em voz baixa a sua canção de ritual preferida em seguida ele disse:

 - Não existe o bem ou o mal existe apenas a Lei cósmica. E se não a respeitá-la ela se voltará contra você.







*Não há aqui nenhuma intenção de denegrir ou ridicularizar nenhuma religião ou crença, este é um texto puramente fictício e de entretenimento. Tenho um enorme respeito e apreço pelos cultos de Umbanda,Quimbanda,Candonblé e o Vodu Haitiano. Esta foi a minha maneira de prestar uma singela homenagem a estas grandes culturas.
Sarava! Ogunhê ! Atoto! Laroyê !



















Um comentário:

  1. nossa me tocou profundamente, senti como se isso tivesse acontecido comigo em vidas passadas se o senhor me de autorizaçao vou copiar e colar no meu facebook pra me lembrar todas as vezes que querer fazer o mal a alguem
    o que diz a carta do orixa obaluaey VALE A PENA PERDOAR
    obg pelo texto
    paz e luz do conhecimento
    axe

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