quinta-feira, 3 de novembro de 2016

LOIRA DO BANHEIRO


-vamos, conte tudo para eles e não omita nada. Quero que você conte essa história para os seus leitores,assim todos estarão avisados.
- Certo,vou contar tudo. Bem, vamos aos fatos. Espero que não cometam o mesmo erro que eu.

O que eu vou lhes contar aqui é baseado em fatos verídicos peço que não tentem em hipótese alguma vivenciar o que ocorreu. Cabe a vocês decidirem o que é bom ou não, vocês são responsáveis por suas vidas. Mesmo assim, peço lhes novamente que não tentem realizar as experiências aqui contidas, pois elas causaram danos a muitas pessoas. Inclusive custou a vida de muitas pessoas. Vamos aos fatos.

Ricardo escrevia para um blog sobre contos de terror, ele pesquisava sobre lendas urbanas e depois transformava suas pesquisas em contos.
Ele tinha dois amigos que o ajudavam em seus trabalhos cujos nomes eram Júlio e Gabriela.
Certa vez Ricardo decidiu escrever algo sobre a famosa lenda da loira do banheiro. Ele pesquisou em diversos sites, mas o conteúdo que ele encontrou que mais chamou sua atenção foi o de um site na Deep Web.  Neste site ele achou um conteúdo que lhe dizia que a tal loira havia vivido na década de oitenta e que ela tinha dezoito anos na data em que faleceu. No mesmo texto Ricardo viu que essa garota havia sido morta por alguns colegas de faculdade.  Pelas informações indicadas eles não toleravam o seu namoro com uma outra garota. Elas estudavam juntas e o seu romance nunca foi aceito, além do comportamento das duas meninas que era considerado exótico demais para a época. Elas se vestiam de maneira diferente da maioria, se reuniam em cemitério para namorar, beber vinho,fumar,ler poesias de Baudelaire e Rimbaud e ouvir música gótica. Eram consideradas estranhas e problemáticas por todos.
Certa vez durante as aulas de novembro, um grupo de garotos e de garotas cercou uma das garotas e a violentaram até a morte, tudo isso ocorreu no banheiro da faculdade onde todos estudavam.  A outra moça só conseguiu escapar pois ela havia faltado na aula esse dia. Aquela que havia sido morta de forma cruel era ninguém menos que a nossa famosa loira do banheiro.
Ricardo não encontrou datas, nomes,locais, registros policiais, nada. Ele apenas havia encontrado esse relato que era diferente do todos os outros que ele havia encontrado pela internet. Como este relato chamou muito a sua atenção ele resolveu escrever e pesquisar mais em cima desta história. Na mesma página ele encontrou ainda o conhecido ritual de invocação da loira do banheiro, a estrela da nossa história.

Para incrementar mais as coisas, Ricardo resolveu fazer o experimento de invocação na sua casa junto de seus amigos Gabriela e Júlio.  Ambos adoraram a idéia e toparam na hora.
Tudo aconteceu numa noite, eles fizeram o ritual no banheiro estando os três juntos. O ritual consiste em puxar a descarga três vezes,falar três palavrões e chamar também por três vezes a loira. Após o ritual realizado por eles,nada aconteceu. Eles apenas riram a noite toda e tomaram algumas cervejas pensando em idéias para o conto de Ricardo.
No dia seguinte Ricardo e Júlio foram ao shopping comer um lanche de fast food. Em determinado momento ambos resolveram ir ao banheiro antes de voltarem para suas casas. E foi lá no banheiro que o mais terrível aconteceu. Ao adentrarem o local a porta se trancou sozinha, as luzes se apagavam a acendiam ininterruptamente, as torneiras se abriram sozinhas liberando muito sangue corrente ao invés de água. As portas dos sanitários abriam e fechavam com força, das privadas saiam litros de sangue que vazava pelas tampas,dos azulejos escorriam mais sangue escuro, um odor de esgoto e carne podre tomou conta de todo o ambiente e um grito horrível e desesperador ecoou da última porta onde ficava o último sanitário. Ricardo ficou paralisado de medo, Júlio decidiu ir ver o que estava acontecendo lá. Para o azar do rapaz , ao chegar em frente da última porta uma cabeça com cabelo loiro ,sujo,ensebado e molhado apareceu na porta rastejando junto ao chão. Logo em seguida braços magros e apodrecidos apareceram carregando aquele corpo doentio que caminhava como se fosse uma aranha. Aquele ser se movimentava lentamente e com dificuldade,seus membros eram finos e suas juntas estalavam o tempo todo. Seus braços estavam costurados em seus ombros finos,seu corpo era cheio de retalhos e cortes profundos,ela usava um vestido branco e sujo. Tudo levava a crer que aquela figura era feminina. Em seu pescoço era possível ver um buraco enorme revelando toda a sua anatomia interna. Seu corpo estava em estado de decomposição avançado,seus olhos eram brancos como o leite,em seu rosto ela trazia um corte enorme em sua boca que lembrava o sorriso macabro da Dália Negra. Sua mandíbula estava deslocada aumentando ainda mais aquele terrível sorriso diabólico. Sua língua roxa não parava dentro de sua bocarra doentia. Em suas narinas ela trazia algodões amarelados pelos seus fluídos corpóreos. Seu grito tenebroso era gutural e potente,trazia junto um som que lembrava uma garganta engasgada com secreções e muito muco. Era visível a sua dificuldade para respirar.
Logo Ricardo percebeu que aquela entidade era a loira do banheiro. Ele simplesmente viu aquela criatura rastejar até o seu amigo e engolir a cabeça de Júlio com a sua boca enorme. Ela deslocou ainda mais a sua mandíbula arrebentada para engolir o crânio do pobre rapaz. Ao colocá-lo em sua boca , Ricardo viu a cabeça de seu amigo ser estraçalhada,ouviu o barulho do crânio rachando com as mastigadas e viu também a massa encefálica escorrendo das narinas e dos ouvidos de Júlio. Logo em seguida,Ricardo viu que as luzes se apagaram de repente e ao se acenderem novamente e no seu devido lugar. E o corpo de seu amigo não estava mais no local,muito menos aquele ser terrível estava lá. Ricardo correu para a porta abrindo-a com força e correu desesperadamente. Ele percebeu que ninguém tinha ouvido os ruídos vindo do banheiro,ninguém havia presenciado o mesmo que ele. Decidiu então correr para a casa de Gabriela pois o seu medo era tanto que chegou a pensar que as pessoas não iriam acreditar nele e poderiam culpá-lo pelo sumiço de seu amigo. Preferiu buscar consolo e conforto na casa da amiga.
Ao chegar à casa de Gabriela ele lhe contou todo o ocorrido, a moça tentou acalma-lo e lhe pediu para descansar um pouco em sua cama para depois eles pensarem no que poderiam estar fazendo para encontrar Júlio. Era óbvio que a garota não estava acreditando no amigo apavorado. Mesmo assim decidiu dar um tempo para ele colocar suas idéias no lugar, pois viu que algo errado estava ocorrendo com ele. Enquanto Ricardo ficou tentando se recuperar no quarto, ela foi ao banheiro fumar um pouco e fazer suas necessidades.
De repente um grito vindo do banheiro foi ouvido. O homem correu para ver o que estava acontecendo e ao entrar no banheiro ele viu que sua amiga estava presa na privada gemendo de dor.  Ao se aproximar da menina ele viu que uma mão pútrida a segurava de dentro do vaso sanitário. Aquela mão pálido e suja a segurava por sua vagina,estava com alguns dedos enfiados em seu canal vaginal e com outro dedo ela esfregava com força o clitóris da moça apavorada. Ricardo tentou puxar a amiga,mas sem sucesso. Em seguida ele percebeu que ela estava tendo um orgasmo terrível misturado com pavor,dor,prazer e pânico. Enquanto sua amiga olhava para ele com lágrimas nos olhos  aquela mão asquerosa penetrou a vagina dela e logo em seguida saiu pelo abdome da pobre coitada rasgando-lhe a barriga inteira carregando seu útero naquela mão amaldiçoada. O corpo da menina caiu ao lado da privada todo coberto de sangue. Ricardo gritou apavorado , em seguida aquela mesma criatura que havia levado seu amigo embora estava surgindo do interior do vaso sanitário.  Seu corpo foi se erguendo lentamente,liberando o mesmo odor de esgoto que antes ele havia sentido no banheiro do shopping. Uma água escura e repleta de sangue escorria pelo vaso,e o mesmo grito apavorante surgia tomando conta de todo o ambiente. Ricardo tentou se salvar correndo desesperadamente. Em seguida ele olhou para trás para ver se não havia sido seguido pelo monstro. Ele visualizou a loira do banheiro grudada na parede do corredor como se fosse um inseto gigante. Ela veio correndo em sua direção como se fosse uma barata do inferno. Ele tropeçou na cama de Gabriela caindo ao chão. A criatura pulou em cima dele liberando sua enorme língua em seu rosto assustado. Seu hálito tinha o odor de fezes e sangue. Ela olhou para ele com suas narinas amareladas e lhe disse:
- ‘’ Hoje você não vai morrer,você será minha última vítima. Preciso me libertar e você me ajudará nessa tarefa. Mas pagará um alto preço pela sua vida,sofrerá até o seu último dia ‘’.

E foi assim que chegamos onde estamos caros leitores...


SETOR DE PSIQUIATRIA – ALA 54

-Doutor Alfredo, estou com mais uma carta do paciente que acredita ser um escritor de um blog de terror e que pensa que seus amigos foram mortos pela loira do banheiro. O que eu faço com essa carta aqui?

- Hoje é seu primeiro dia aqui né? Bom, vou lhe contar o caso desse paciente. Quando ele era criança sua mãe vivia o assustando com a lenda da loira do banheiro. Sua mãe tinha sérios transtornos mentais e acabou assassinando seu pai e ele assistiu toda a cena. Sua mãe disse-lhe que quem havia matado o seu pai fora a própria loira do banheiro e que era pra ele não contar pra ninguém. E assim ele o fez,claro que ao crescer todo o seu histórico lhe trouxe um severo transtorno psiquiátrico.

-Então foi ele quem matou os amigos como consta na sua ficha de internação?

- Tudo leva a crer que sim. Ele já está aqui a um bom tempo e não há previsão de saída. Ele sempre nos diz que foi a loira do banheiro que deu sumiço em seus amigos, por isso os corpos nunca foram encontrados. Ela ainda afirma que a loira vem visitá-lo todas as noites pedindo que ele conte a sua história, por isso poupou a sua vida.

-Mas que alucinação interessante este paciente apresenta Doutor. Posso cuidar desse caso pessoalmente?

- Claro que pode. Peço apenas que não muda a medicação dele.

-E o que eu faço com as cartas?

-Jogue fora,não podemos alimentar a sua fantasia.
-Tudo bem Doutor Alfredo. Obrigado pela oportunidade de trabalho!


SETOR DE PSIQUIATRIA ALA 54 - DIA SEGUINTE

-Olá Ricardo sou o seu novo psiquiatra, tudo bem com você?


-Creio que o senhor está melhor que eu. Qual o seu nome?

-Sou o doutor Afonso. Como estão as coisas?

-Vocês entregaram minha história? Preciso que publique em todos os blogs e em todos os sites. Tenho que fazer isso até o fim da minha vida.

- Não entregamos por que tudo isso faz parte de suas alucinações. Não podemos permitir que você continue alimentando o seu próprio sofrimento você deve encarar a realidade. Não existe loira do banheiro e você não tem nenhum Blog.

Eu tinha, a loira do banheiro deve ter apagado eles para aumentar o meu sofrimento. Ela quem sumiu com meus amigos. E ela apenas me deixou viver para eu contar a sua história todos os dias repetidamente como parte do acordo que fiz com ela. Sofrerei todos os dias escrevendo a mesma história aqui preso  num lugar onde todos acham que eu sou louco, esta é a minha sina imposta por ela. É o preço que pago por ter invocado ela e por ter deixado ela me manter vivo. Ela não permite que eu cometa o suicídio.

- E por que ela quer te manter vivo e que escreva estas cartas todos os dias?

- Como sou a sua última vítima ela precisa me manter vivo nesse sofrimento para que eu a liberte avisando o maior número de pessoas através dessas cartas para que as pessoas desistam de invocá-las. E seu obtiver sucesso alcançando maior número de pessoas ela estará livre e eu também. Assim ela nunca mais aparecerá e a sua lenda será esquecida de uma vez por todas.

- E se as cartas nunca forem mostradas para as pessoas?

-Vocês realmente não entregaram as cartas não é mesmo?

- Sim , todas que você escreveu foram destruídas.

-Sendo assim passarei minha vida aqui como louco e ela sempre irá retornar para aqueles que a chamarem. Por favor, doutor acredite em mim!

-Sinto muito Ricardo,não posso te ajudar nisso. Amanhã retornarei aqui para ver como você está. Continue tomando os seus medicamentos e infelizmente vou ter que tomar o seu caderno e o seu lápis.

-Não faça isso,por favor !

-Adeus.
-Volte aqui! NÃÃÃÃÃOOO...

-Parece que você falhou meu querido. Vou ter que encerrar o nosso trato e ir atrás de quem está com a sua carta para que possam contar minha história e assim ficar livre de uma vez por todas dessa existência mórbida.

-O que você vai fazer comigo?

- O que eu deveria ter feito a muito tempo. Vou acabar com você Ricardo. Venha aqui e coloque sua cabeça em minha boca. Prometo devorar seu crânio bem depressa.

ALA 54 – DIA SEGUINTE

-Doutor Alfredo,o paciente que o senhor me passou aquele que acredita na loira do banheiro desapareceu do quarto.

-Mas como isso é possível? Estamos num manicômio judiciário.

-venha ver com os seus próprios olhos.

-Meu deus! Como é possível isso? Peçam aos enfermeiros e aos seguranças que vasculhem todo o local ao redor. E quanto a você doutor Afonso , o que pensa em fazer quanto ao caso?

-Bom,vou levar o caderno dele e a última carta que ele escreveu e que o senhor pediu para eu destruir. Acabei não a destruindo,vou dar uma estudada nela quando eu chegar em casa para dar seqüência ao caso deste paciente.

-Certo Afonso,qualquer novidade você me avise.

Talvez eu não deva levar esta carta para casa. E se aquele paciente estiver certo? Talvez eu deva mostrar essa carta para as pessoas como ele tinha pedido. Não,não vou fazer isso1 Sou um psiquiatra e não um doente mental que acredita em loira do banheiro. Vou levar essa carta e ver o que faço pela manhã. Preciso dormir,hoje foi um dia corrido.
Mas o que? Que barulho foi este? Está vindo do meu banheiro. Parece um som gutural ou o som de alguém com dificuldades para respirar. O que poderá ser? A carta do meu paciente não está mais ao lado de minha cama,ela está jogada no meio do corredor ali em frente ao banheiro...



FIM ?

















SR. CAPA PRETA


Esta é a casa de magia do pai Benedito. Ali ele faz trabalhos onde ele cobra fortunas das pobres almas ignorantes que o procuram por desespero e sem escrúpulo algum pai Benedito explora a todos que o procuram.  Além de extorquir financeiramente o seus consulentes ele também explora sexualmente algumas de suas fiéis mais jovens dizendo que é para livrá-las de trabalhos ruins e de maus espíritos. Pai Benedito é uma pessoa de péssima índole. Ele é um homem com mais de quarenta anos de idade, de pele morena, com alguns fios grisalhos em seu cabelo.
Na entrada de seu centro de magia ele possuí algumas imagens como as de Xangô,Ogum,Oxossi,Obaluaê e Iemanjá, apenas para iludir os seus clientes mostrando que ele realmente é um homem de fé. Na parte interna de seu centro de rituais as paredes são pintadas de preto e nelas contendo pinturas de sigilos mágico,pentagramas,símbolos cabalísticos,cruzes de caravaca e pontos riscados de Exus. Velas negras e vermelhas iluminam levemente o local deixando-o numa penumbra constante. O cheiro de incenso toma conta de todo o local. No centro da sala há um trono enorme de cor vermelha e negra no chão, imagens de vários exus como o Tiriri, Tranca Ruas,Exu mirim,Exu morcego,pombagiras adornadas com rosas vermelhas,o Exu veludo também estava lá assim como as imagens dos Exus Tata caveira e Marabô. Mais ao lado havia duas imagens de entidades do Vodu Haitiano, eles eram Papa legba e Barão Samedi. Todas as imagens estavam com suas devidas oferendas postadas aos seus pés. Pratos com farofa, azeite de dendê,pimentas vermelhas,charutos caros,taças de vinho,rum,champanhe,conhaque,whisky e cachaça.
Ao fundo estavam as maiores imagens do recinto, aquelas que eram dos Exus que tinham maior poder e influência em seu templo segundo as crenças de Pai Benedito. Três grandes imagens de Belzebu com suas asas negras e cabeça de búfalo, a imagem enorme de Exu Lúcifer o maioral e a imagem de Exu Capa Preta. Todos contendo suas devidas oferendas a seus pés.
Naquela noite Pai Benedito iria invocar o Exu Capa Preta para realizar um trabalho para aumentar as suas finanças e para acabar com um de seus rivais no ramo da magia negra.
O seu maior rival era o pai Alfredo dono de uma loja de artigos religiosos do bairro. Este também era pai de santo e efetuava trabalhos na linha da magia branca. Ele era o oposto de Benedito. Alfredo sabia que a alta magia deveria ser realizada para beneficiar o próximo,ser feita de coração e nunca para o mal. Uma vez realizado um trabalho visando o benefício próprio e o mal de outrem a magia se voltava para aquele que realizara o trabalho. Benedito também sabia disso mas não se importava com as conseqüências,uma vez que nenhum de seus trabalhos mágicos haviam se voltado contra ele.
Benedito havia escolhido invocar naquela noite o Senhor Exu Capa Preta pois ele sabia que ele era uma entidade poderosíssima no mundo dos Exus e que ele era o ideal para a realização de atos mágicos.
Quando deu meia noite os tambores e os pontos cantados começaram a soar nas caixas de som,Benedito tomou um gole de cachaça e acendeu o seu charuto adocicado. Ele dançava freneticamente cantando a letra do ponto preferido do Sr Capa preta:

‘’ Lá na encruza existe um homem valente, com sua capa e cartola com o seu punhal e o tridente’’...

Ele cantava em voz alta e gritava a saudação ao Exu: ‘’Laroyê, Exu é mojubá’’!
De repente a música cessou e Benedito ouviu passos firmes caminhando lentamente atrás dele. Ao se virar ele viu uma sombra negra de alta estatura se aproximando dele. Quando a sombra se aproximou ele viu que era a própria entidade que estava a sua frente, ninguém menos que o senhor da capa preta. Ele se aproximou e disse: ‘’O que você quer? Por que me chamaste?’’
Benedito com a voz trêmula lhe disse:
- Sarava senhor Exu da capa preta! Preciso de um favor seu. Quero que me ajude a aumentar os meus ganhos financeiros e que acabe com a vida do meu rival na magia, o Alfredo!
Logo em seguida a entidade poderosa disse-lhe:
- Você sabe das conseqüências de seu pedido tu não és nenhum inocente. Você conhece a LEI, que assim seja!
A voz da poderosa entidade era grave e profunda ele era alto e de pele morena usava vestes negras,uma capa enorme de cor negra e uma cartola em sua cabeça. Sua barba era escura assim como suas sobrancelhas grossas. Seus olhos eram pretos e penetrantes. De nariz aquilino e feições fortes. Sua expressão era séria e em seus dedos ele possuía anéis com adornos prateados e pedras negras. Em sua mão esquerda carregava uma bengala que trazia na sua ponta de apoio um crânio negro. Na mão direita ele trazia um tridente negro e em sua cintura havia um punhal dourado.
Após as suas palavras serem ditas em tom profético ele se afastou caminhando lentamente voltando para o lugar de onde ele havia surgido.
Benedito ficou extasiado com o ocorrido. Fora a primeira vez que ele havia conseguido ver um Exu na sua frente.
No dia seguinte ele saiu pelas ruas todo orgulhoso de seu trabalho na noite anterior. Ele foi logo correndo para a loja de Alfredo para ver como estava a saúde de seu rival de magia. Assim que adentrou a loja ele foi logo contando ao rival de sua façanha da noite anterior, apenas com o intuito de se sentir superior a Alfredo. Perguntou se estava tudo bem com ele e viu que sua saúde estava a mesma de sempre, que nenhum mal o havia atacado.
Benedito saiu da loja frustrado, pois esperava pelo menos a notícia de algum tumor maligno em seu rival. Mas estava tudo bem Alfredo não tinha dor alguma e nem sequer havia pegado um resfriado.
Benedito logo correu para o banco para ver se os seus consulentes devedores o haviam pagado pelo menos a parte financeira tinha de começar a melhorar antes de Alfredo morrer. Benedito entrou no bancou viu que a sua conta estava zerada. Ele correu para falar com o gerente do banco e este mostrou o vídeo das câmeras de segurança para Benedito após este fazer um grande escândalo dentro do recinto. As imagens mostravam Benedito retirando o seu dinheiro na noite anterior no mesmo caixa onde ele havia tentado ver a sua conta. Ele ficou louco gritando que na noite anterior ele estava em sua casa e que não era ele naquela imagem. Após muitas ameaças voltadas ao gerente do banco ele correu apavorado para a sua residência para ver se num momento de alucinação ele havia mesmo retirado o seu dinheiro e trazido ele todo para casa. Ao chegar em sua residência ele viu que não havia dinheiro algum guardado ali. Revirou todos os móveis em vão.
Suas mãos tremiam de nervoso e ele suava intensamente, pois não compreendia o que estava acontecendo com ele.
De repente ele sentiu uma dor aguda em sua boca e um gosto de sangue surgiu ali. Ele correu para o banheiro e em frente ao espelho ele viu que seus dentes estavam caindo, um por um. Todos estavam moles e soltos. Ele ia cuspindo os dentes na pia junto de uma espessa camada de saliva com sangue.
No meio de seu desespero ele sentiu uma dor enorme em sua garganta. Ele se engasgou com algo que havia se soltado no interior de seu pescoço. Era a sua língua que havia se soltado e estava escorrendo para fora de sua cavidade bucal.  Aquele pedaço enorme de carne foi saindo de sua boca lentamente, como se ele estivesse vomitando aquilo que antes era a sua língua.
Ele agora  só conseguia emitir sons ininteligíveis pois a sua fala estava completamente comprometida sem a sua língua no devido lugar. Ele correu desesperado para fora do banheiro quando de repente ele topou com os dedos do pé na quina da porta. Mas a dor não havia se feito presente. Benedito estranhou pois com uma pancada daquela era para ele gritar de dor. Ele olhou para os seus dedos do pé e viu que eles não estavam mais no local haviam sido arrancados com a pancada. Logo ele percebeu que todos os seus dedos dos pés e das mãos estavam todos escuros e apodrecidos. Ao tocar os dedos das mãos eles iam caindo facilmente como galhos apodrecidos de uma árvore morta.
Benedito se deitou no chão em posição fetal e começou a chorar desesperadamente, soluçando sem parar mal conseguia respirar. Um fio grosso de saliva escorria pelo canto de sua boca apavorada e desdentada. Sua calça estava toda urinada e na parte traseira um bolo fecal enorme escorria por suas nádegas. Ele estava em choque.
Enquanto seu corpo todo era tomado por espasmos e pelo tremor e o seu choro convulsivo ia tomando conta do centro de seu ego que naquele momento quase já não existia mais. Ele não sabia mais onde estava ou quem ele era. Benedito em meio ao seu estado de pânico resolveu ficar nu tirando toda a sua roupa ali mesmo no chão onde ele se encontrava. E assim ele ficou deitado e sem roupas todo sujo de urina, sangue e fezes. Foi nesse instante que movimentos peristálticos terríveis tomaram conta de sua barriga, a força dos movimentos era terrível. Benedito gemia e se contorcia de dor no chão da sala coberto de excrementos. De repente no meio daqueles movimentos horríveis feitos em sua barriga uma fenda começou a se abrir expondo sua carne seus músculos,veias,seus órgãos e uma camada de gordura amarelada. Do interior daquela abertura sangrenta centenas de insetos,baratas,escaravelhos,vermes,minhocas,aranhas,escorpiões e moscas saíram aos montes como se estivessem jorrando de um chafariz de carne viva.
Aos prantos e aos berros Benedito não acreditava que aquilo estivesse acontecendo com ele. Estava sendo torturado de uma maneira terrivelmente inacreditável. As criaturas que acabaram de sair de seu interior caminhavam por todo o seu corpo.
Em seguida Benedito começou a vomitar sangue e no momento em que ele regurgitava viu surgir no corredor da sala duas galinhas pretas vindo descontroladamente em sua direção. Um delas não tinha a cabeça pois era a mesma galinha que ele havia matado na noite anterior para ser utilizada no ritual. Mesmo sem a sua cabeça ela caminhava como se fosse um animal com vida. Ao se aproximar dele ela enfiou o seu pescoço cortado e sem cabeça no ânus Benedito e aos poucos ela foi conseguindo adentrar o seu reto chegando com muito esforço até o seu intestino, formando uma enorme bola abaixo de seu umbigo cortado. A outra galinha subiu lentamente no rosto dele que já estava desfalecendo. A galinha bicava e arranhava com suas unhas grossas os olhos do agora falecido Benedito, arrancando os olhos dos globos oculares com as bicadas certeiras.
Com a morte daquele homem que antes vivia de enganara e fazer o mal aos outros, seu corpo agora estava tomado por criaturas asquerosas que devoravam lentamente aquela massa de carne morta. E no meio daquela cena de horror surgia novamente a poderosa entidade da capa preta. Ele olhou para aquele pedaço de carne jogado no chão e repetiu a sua frase da noite anterior:
- Você sabe das conseqüências de seu pedido tu não és nenhum inocente. Você conhece a LEI, que assim seja!
Foi nesse momento que as velas negras e vermelhas que estavam apagadas na casa de Benedito se acenderam sozinhas e nas caixas de som os tambores começaram a tocar as canções ritualísticas do poderoso Exu da capa preta. Ele caminhou lentamente até o altar com as oferendas bebeu o copo com o whisky fino,passou a mão nas chamas de umas das velas deixando a chama totalmente negra, pegou um charuto e o acendeu no fogo negro da vela. Deu algumas tragadas,alguns goles e gargalhou caminhando lentamente para o lugar de onde ele tinha saído. Cantando em voz baixa a sua canção de ritual preferida em seguida ele disse:

 - Não existe o bem ou o mal existe apenas a Lei cósmica. E se não a respeitá-la ela se voltará contra você.







*Não há aqui nenhuma intenção de denegrir ou ridicularizar nenhuma religião ou crença, este é um texto puramente fictício e de entretenimento. Tenho um enorme respeito e apreço pelos cultos de Umbanda,Quimbanda,Candonblé e o Vodu Haitiano. Esta foi a minha maneira de prestar uma singela homenagem a estas grandes culturas.
Sarava! Ogunhê ! Atoto! Laroyê !



















CLÍNICA DE ABORTO












Paulo era um médico sem escrúpulos. Possuía inúmeros processos em suas costas e sua licença para exercer a medicina havia sido cassada. Mas isso não o impedia de realizar as suas barbaridades no fundo de sua casa, fazia atendimentos, cirurgias pequenas e abortos de maneira clandestina. Possuía uma clientela muito grande variando de pessoas comuns até os grandes barões da sociedade como advogados, médicos,juízes ,padres e políticos. Claro que estes sempre procuravam por seus serviços para realizar abortos nas meninas que engravidavam destes distintos senhores. Paulo lucrava com grades quantias em dinheiro por seus trabalhos.  A sua ética era determinada por sua conta bancária.
Sua clínica clandestina não possuía condições mínimas de higiene parecendo mais um grande açougue de baixa qualidade sanitária. Paulo era um obscurecido por suas habilidades cirúrgicas e por sua obsessão pelo dinheiro.
Certa noite a se recolher para o seu quarto enquanto se preparava para dormir. Paulo ouviu um estranho ruído vindo da sala, o barulho se assemelhava ao som de um gato miando. Ele pensou que poderiam ser os gatos dos vizinhos miando do lado de fora de sua casa. Colocou seu pijama e foi se deitar. Apagou as luzes e deitou sua cabeça no travesseiro. Apesar de cometer suas barbaridades em sua clínica clandestina durante o dia o seu sono a noite era o mais tranqüilo de todos. Em sua mente fria não havia lugar para pesadelos, arrependimentos ou remorso.  Mesmo sendo um infanticida nato Paulo dormia sempre como um bebê. Relaxa com o prazer de ter concluído mais um dia trabalho bem feito.
No meio da noite ele acorda assustado com um grito agudo e forte. Ele pensou que novamente poderiam ser os gatos dos vizinhos e que dessa fez eles estariam se acasalando bem no seu quintal. Nada com o que se preocupar voltaria ao seu sono muito breve.
A madrugada já trazia a sua música silenciosa aos ouvidos daqueles que dormiam se preparando para o próximo dia quando outro barulho irrompeu no meio da sala de Paulo. Dessa vez ele acordou mais assustado, talvez os gatos tivessem invadido a sua casa. Ele se levantou de sua cama e foi ver o que estava acontecendo. Desceu para o andar de baixo de sua residência que era um belo sobrado de quatro dormitórios e algumas suítes. Ao descer as escadas ele verificou que alguns móveis de sua sala estavam revirados e sujos com manchas vermelhas que se assemelhavam ao sangue humano. Dessa vez Paulo ficou preocupado e checou se aquelas manchas eram sangue realmente. Ele se aproximou e sentiu o forte cheiro de ferro típico de sangue fresco naquelas manchas rubras em seus móveis da sala. O seu nível de preocupação aumentou naquele instante e se perguntava de quem poderia ser aquele sangue. Enquanto ele se questionava sobre as manchas um som horrível ecoou em seus ouvidos. O som era uma mistura de gritos de gatos no cio com o de choro de bebês recém nascidos. E naquela mistura de ruídos bizarros um som mais apavorante fazia com o pânico subisse por toda a sua espinha dorsal. Paulo ouvia paralisado aquele som terrível se aproximando dele. Os sons misturados o faziam imaginar que atrás dele havia uma horda formada por centenas de bebês chorando e gritando. Ele sentiu que além dos gritos algo se aproximava de suas costas. Seu corpo tremia e suava frio ele estava sentindo pela primeira vez um medo que ele nunca havia experimentado. De repente algo tocou o seu ombro esquerdo e lentamente ele se atreveu a olhar para ver o que o estava tocando. Ao mover lentamente sua cabeça na direção de seu ombro esquerdo Paulo viu que aquilo que segurava o seu ombro não era humano. Ao invés de ser uma mão como ele imaginava viu uma massa sangrenta de carne que se movia em movimentos lentos como se fosse um grande formigueiro atacando ferozmente o seu invasor.  Ao ver aquilo Paulo se virou violentamente para ver o rosto do dono daquele membro asqueroso. Ele logo se arrependeu te ter se virado pois viu uma figura tenebrosa. Um bolo enorme formado por carne,sangue,placentas escuras,cordões umbilicais esbranquiçados,fetos de todos os tamanhos e pequenos bebês prematuros com seus corpos de coloração roxa todos cobertos com fluídos de um tom levemente amarelado , talvez aquilo fosse o líquido amniótico. A criatura liberou outro grito agudo e horrível.  Centenas de bocas minúsculas se abriram simultaneamente no corpo daquela figura levemente humanóide. Paulo viu que após o berro a criatura começou a se mover lentamente. Seu corpo se assemelhava a um ninho de ratos que não paravam de se mover descontroladamente por todo aquele bolo de terror. Paulo correu desesperadamente para o andar de cima se trancando em seu quarto. Ele logo pegou sua arma que ficava guardada numa gaveta de seu armário. Suas mãos tremiam demasiadamente, mas ele não poderia errar o alvo, aquela criatura deveria ser parada. Paulo cogitou estar ficando louco por um momento mas logo viu que tudo aquilo era bem real. A criatura batia repedidas vezes na porta de seu quarto liberando o seu som monstruoso numa mistura de choro e gritos. Paulo não pensou duas vezes e disparou alguns tiros na direção da porta numa tentativa de impedir o terrível ser de adentrar o seu quarto.
Após os tiros um silencio tomou conta do local. O médico se levantou para ver se a criatura infernal estava morta. Abriu a porta lentamente e com muito medo. Viu que atrás da porta não havia nada e que o ser abominável havia desaparecido.
Ele se levantou e se trancou novamente no quarto. Resolveu chamar algum amigo pelo celular para ajudá-lo. Ele não podia chamar a polícia para não se comprometer com a sua clínica dos horrores. Ao ligar para um de seus amigos ele novamente ouviu o grito maldito da criatura e dessa vez o som estava tão próximo que Paulo desejou morrer ali mesmo para não ter que olhar para aquela figura temerosa. Ele não se virou, apenas começou a rezar e a chorar em cima de sua cama mesmo, já estava aceitando a sua morte iminente desistindo de correr e lutar por sua vida miserável. Em meio aos prantos aquele homem sem ética e escrúpulos sentiu uma baforada em sua orelha ao mesmo tempo em que ele ouvia sons gosmentos e pegajosos como ele estivesse ouvindo um instrumento musical feito de carne,sangue,tendões,músculos,gordura e todo o tipo de fluído pegajoso se contorcendo e se esfregando. Naquele momento ele só conseguia pensar nos abortos que ele havia feito e nas centenas de crianças que ele tivera de eliminar apenas para encher os seus bolsos sem se preocupar com a saúde das jovens mães que eram levadas até a sua clínica. Enquanto ele pensava em seus crimes uma dor terrível tomou conta de sua barriga. Ele sentia que algo crescia em seu abdome. Por causa da massa que crescia em seu corpo ele se virou e viu a terrível criatura em pé e bem ao lado de sua cama. Aquele monstro disforme gritava terrivelmente enquanto que a barriga de Paulo aumentava de tamanho crescendo de maneira desenfreada. Sua barriga se chegou até certo ponto onde ele se assemelhava a barriga de uma mulher grávida pronta para dar a luz ao seu filho. Com a dor extrema o doutor acabou desmaiando.
Após alguns minutos de desmaio o médico despertou e logo percebeu que estava na sala de sua clínica clandestina de fundo de quintal. Viu que seu corpo estava nu e que estava amarrado na mesa de cirurgia. Ele tentou se desvencilhar das amarras em vão. Foi nesse momento que o monstro diabólico de carne fetal apareceu segurando em uma de suas ‘’mãos’’ um bisturi, seus dedos eram feitos por perninhas pequenas e em formação de fetos avermelhados.
O ser asqueroso fez um corte profundo no períneo de Paulo cortando o espaço entre o seu ânus e os seus testículos. O jovem médico urrava de dor enquanto que a bisonha criatura abria um buraco enorme em seu corpo segurando e puxando o escroto e o pênis de Paulo para cima e para trás abrindo cada fez mais aquele vão em seu corpo. As lágrimas da insuportável dor escorriam pelo rosto daquele homem antes tomado pela frieza de seus atos abomináveis. Ao abrir o corpo dele o bicho demoníaco enfiou um de seus ‘’braços’’ no interior do corpo do rapaz puxando com violência um pequeno bebê que estava em seu corpo. Paulo olhou para aquela cena não podendo acreditar naquilo que seus olhos estavam presenciando, ele tinha acabado de dar a luz a um bebê. E o mais surreal de tudo isso era que o bebê que havia acabado de nascer era ele próprio quando era recém nascido. O monstro feito de placenta,fetos,cordões umbilicais e bebês gritava com o pequeno ser em seus braços. Em determinado momento seu corpo pegajoso começou a envolver o corpo do pequeno recém nascido engolindo ele lentamente. Aquele bebê que era o próprio Paulo agora iria fazer parte daquele pedaço de carne humana ambulante.
Nesse instante o monstro e o médico estavam ligados pelo cordão umbilical da criança recém devorada. Logo em seguida as vísceras,músculos,nervos,ossos,sangue e gordura do corpo do médico foram sugados pelo ser surreal através do cordão umbilical que os ligavam ainda. Um barulho peculiar era ouvido enquanto Paulo era sugado pela criatura de carne fetal.  Era o mesmo som que se ouve quando alguém chupa com força um milk shake com o seu canudinho. Aos poucos o corpo de Paulo foi se esvaziando e no final daquela cena seu corpo se assemelhava a um câmera vazia de um pneu furado ou a um boneco inflável murcho. Só havia restado um punhado de pele vazia em cima da cama hospitalar.

A criatura cortou o cordão umbilical que o ligava a Paulo se virou e foi andando lentamente. Em suas costas monstruosas era possível ver o pequeno bebê Paulo se movendo no meio dos outros fetos e bebês que viviam naquele corpo asqueroso. Ele agora iria viver naquele corpo decadente por tempo indeterminado sofrendo as angústias daqueles pequenos seres mortos por suas mãos inescrupulosas.

VIKING













Centenas de corpos espalhados pelo chão frio
Um rio de sangue se mistura com a lama úmida do solo
Amigos, irmãos, filhos, pais, sobrinhos
Todos mortos agora. Lutamos lado a lado
Ombro a ombro, unidos lutamos como um só
Fomos heróis lutando pela glória de nosso povo e por nossa terra
Os trovões de Thor ecoam no céu
Vejo a carruagem de fogo de Odin
Valquírias guerreiras descem dos céus para buscar as almas de meus soldados
Para levá-los aos salões dourados do Valhalla.
Onde beberão nos rios de mel e se alimentarão com as mais saborosas ambrosias

Agora resto apenas eu
O último homem de meu exército de corajosos
E por Asgard lutarei até a minha última gota de suor
Pelo martelo de Thor  e pela espada de Tyr eu juro
Que levarei comigo muitos de meus inimigos.
Nem a minha morte e a de meus irmãos serão em vão
Nuvens negras anunciam a tempestade que cairá logo mais
O vento bate em meu rosto tocando minhas cicatrizes de batalha
Lembro de minha esposa e de meus filhos que agora estão distantes
Estou longe de casa, em terras desconhecidas
Gostaria de lhes dar um último adeus e um último beijo
Queria poder me aquecer nos braços de minha esposa de pele clara e cabelos vermelhos
Vermelhos como o fogo que nos aquecia a noite enquanto fazíamos amor
Não verei meus filhos brincar mais e não os verei crescer
Não ensinarei meu filho a lutar e ser um guerreiro como eu
Jamais terei a honra de lutar ao lado de meu menino
Hoje lutarei até o fim
Nunca me renderei

Sinto o cheiro da chuva
Misturando-se com o cheiro do sangue de meus homens mortos
Queimem meu corpo em um drakkar e o jogue ao mar
Deixe que o feroz kraken se encarregue do resto
Meus dedos estão congelados pelo frio
Meu cabelo está molhado pela chuva sagrada
Em minha mão direita eu seguro meu machado
Que recebi das mãos de Erik machado sangrento
Na mão esquerda seguro minha espada
A mesma que ganhei de Halfdan o negro
Em meu braço esquerdo também
Está meu escudo
O mesmo que era de meu pai
Lutarei pela honra de meus irmãos mortos nessa batalha
Por meus filhos e por minha esposa
Pela honra de meu povo e de meus antepassados
Lutarei pelo meu reino
Por minha coroa e pela glória
O vento aumenta
Balançando meus cabelos e minha barba
Ouço o urro dos inimigos
Olhando para mim como animais
Olham para mim como se eu fosse sua presa
Ouço o chiado de suas espadas desembainhadas
Os tambores de guerra tocam com força
Fazendo o chão tremer sob meus pés
Não sinto medo
Meu último berseker está caído ao meu lado
Era um bom guerreiro
Uma flecha atinge meu braço direito
Outra acerta meu ombro esquerdo
Sinto a lança penetrar minha carrne
Sendo parada pelo osso
Os ferimentos ardem como brasa
Um corte profundo em minha perna
Sangue escorrendo pelo corpo
Misturando se ao suor e a chuva
Centenas deles correm em minha direção
Gritando e se debatendo como animais
Estou imóvel
Com os pés fincados no chão
Nem os trovões serão capazes de me derrubar
Músicas e poemas serão entoados em meu nome
Pelos bardos
Hoje é um bom dia para morrer
Ninguém passará por mim
Meu escudo defende um golpe
Minha espada perfura um estômago
Meu machado arranca uma cabeça
Outra espadada acerta o peito do inimigo
Outra cabeça se vai pelo aço de meu machado
Um a um vou eliminando
Luto como um lobo
Derrubando as bestas que tentam me cercar
Eles não podem com minha fúria
O meu aço lambe suas carnes
Meu corpo está banhado com o sangue deles
Luto como o verdadeiro rei de meu povo
Destroçando um por um
Uma flecha atinge meu peito
Uma lança perfura minhas costas
Uma espada corta minha barriga
Não sinto a dor, pois hoje eu sou imortal
Não me levarão tão fácil
Uma pilha de corpos vai se amontoando no chão
A terra que meus pés pisam está coberta de sangue adversário
Minha respiração está se acabando
Meu peito está fraco
O ar falta
As vistas estão escurecidas pelo beijo da morte
Matei dezenas deles
Mas agora meu corpo está enfraquecido
Ouço os gritos das valquírias e o som de seus cavalos dourados
Valhalla me aguarda
Meus joelhos enfraquecidos se dobram
Batendo na lama
Não consigo me erguer mais
O general deles se aproxima
Ele tira sua espada da bainha
Pronto para o golpe que tirará minha vida
O sorriso de minha mulher vem em minha mente
O golpe fatal vem em minha direção
Pronto para cortar minha cabeça
E num último lampejo de força eu desvio do golpe e arranco a cabeça do general inimigo com meu machado
Seu corpo cai pelo chão
Sua cabeça rola ao lado dos cadáveres de seus soldados mortos pela minha lâmina
Sinto uma lança me acertando por trás
Na altura de meu coração
Acabou
Não pertenço mais a este mundo
Meu corpo cai ao lado do general inimigo
Meus olhos vão se fechando lentamente
Ouço ao fundo o som das risadas de meus filhos
No céu consigo ver o corvo negro de Odin
É o meu fim
Morro feliz por ter lutado como o verdadeiro rei de meu povo
Estou cada vez mais sem ar
A chuva cai em meu rosto e minhas narinas
O frio toma conta do meu corpo
Os vão se fechando
Ouço cada vez mais alto
O som da música festiva que me recepcionará
Vinda dos salões do Valhalla
Hoje morro pela glória
Por meus irmãos
Por minha família
E pela honra
Pois eu sou um viking


ALIENÍGENAS SONHAM COM HUMANOS?







‘’A 750 anos-luz da terra, o planeta TRES-2B é o mais escuro do universo refletindo apenas 1% da luz de sua estrela’’.

- No planeta TRES-2B, 982 graus Celsius agora. Mensagem alienígena decodificada, recebida as 04h45min do dia 18 de outubro de 2016. Repassando para todas as equipes de prontidão na escuta. Freqüência vinda do planeta referido


Aqui quente agora. Escuro está acima onde estrelas moram.  Meu ser chama PKD e trabalha nas máquinas de faz sonhos. Lá é onde os outros iguais trabalham com o eu PKD que conversa em você agora. Todos trabalhando lá sem viver e não sentir na energia de dentro a luz crescer mais. Antes de agora todos os outros iguais sentiam na energia de dentro a luz crescer. Os iguais eram grandes e a luz de dentro aumentava todo o sempre. Vida de iguais foi luz e clara de energia ontém. Dentro do meio do peito estrelas brilhavam e dentro da parte de cima que faz vida mover o universo cabia na caixa de faz pensar. Agora todos sem viver e mover corpo como não real.
Doer a energia de dentro e luz morrendo está nos todos os iguais e em eu pkd que fala em você agora.
Eu pkd trabalha na máquina de faz sonhos para os iguais descansar e esquecer da luz de dentro que morrendo está e que faz doer dentro do meio do peito de todos. Na máquina de faz sonhos os iguais tomam pílula de fazer sonhos alucinados de viagem. Os iguais desligam do real agora em TRES-2B e vão para outro lugar imaginação.  Os iguais dormem durante 8h que em seu planeta casa azul onde mora você é igual a 80 anos da sua vida ai. Tempos diferentes aqui e daí.
Nossos maiores que mandam em todo o TRES-2B inventaram a pílula que faz máquina de sonhos funcionar. Eles inventaram para enganação de todos os outros iguais e para os outros iguais serem obedientes e não rebelião ter. Agora os iguais fracos e não coragem, medo tem e obedientes é. Os maiores poder fica cada agora que passa mais forte. E iguais fica mais sem luz de dentro e mais fracos e vencidos de força. PKD não sente boa energia quando olha para isso acontecendo com os iguais em TRES-2B. PKD quer luta e salvamento dos iguais sofrendo estão.
Máquina de sonhos faz que a pílula apaga o agora dos iguais e faz dormir todos. Os iguais tem sonhos dentro deles que vão viver vidas de cada um dos seus iguais de você ai no planeta casa azul onde mora você. Cada um de vocês é nós aqui vivendo suas vidas de ai. A máquina de sonhos faz meus iguais alucinar que vivem em planeta azul e que é alienígenas do planeta azul. Alucinação de ter casa,trabalho,roupas que não usa aqui,bichos estranhos que faz barulho com boca que aqui não vê existir. Na máquina de sonhos os iguais daqui vão pra planeta azul alucinando ter trabalho de seus,famílias de seus,comidas de seus,procriação de seus. Os iguais meus sonham que vivem seus viveres daí em 8h para nós daqui. Enquanto para vocês passam a vida de 80 anos todos. Eu avisando vocês de planeta azul que máquina de sonhos nossa de aqui faz os meus iguais viver suas vidas que os seus iguais primatas que anda em pé pensam que as estão vivendo. Nós vivemos em teus receptores de pensamentos de cima. Nós aqui vive suas vidas que os daí não vivem. Os maiores daqui controlando meus iguais daqui e controlando todos os seus iguais daí. PKD quer parar com isso que acabe tudo. Sofrimentação para os seus iguais e para os meus iguais, PKD quer libertamento para todos os iguais daqui e daí seus.
PKD invadiu arquivos de tecnologia secretado dos maiores daqui. Viver de PKD corre perigação, PKD morre pode logo. PKD descobre todo o ruim que acontece com nós iguais daqui e de planeta azul seus. PKD ajuda tenta vocês daí e pede agora ajuda para os seus daí. Ajuda PKD que vida minha pode acabar logo. PKD manda mensagem para você que recebe agora para passará para todos os seus iguais logo e salvando todos  os seus. PKD está entrou na máquina de fazer sonhos tem quase pouco falta para fazer 8h terminar alucinação viagem de PKD. Quando terminar sonho agora eu poder ser acabado de viver por nossos maiores que caçam PKD. Agora os maiores já saber de plano e libertação e PKD eu. Quando eu acordar de máquina que faz sonhos logo minha luz para de brilhar em TRES-2B. Ajude PKD ai pois eu vivendo 7h e 40 min aqui de vida tua ai você tem vai fazer 80 anos na vida tua ai. PKD desliga transmissor de falar agora.


- Final da mensagem recebida do Planeta TRES-2B. Agora são 6h da manhã, dia 18 de outubro. Repassando mensagem para todos os que estiverem na escuta.

-‘’Dia 19 de outubro foi encontrado morto com um tiro de revólver em sua cabeça o professor de astrofísica da universidade central,antigo membro da NASA e vencedor de diversos prêmios na área das pesquisas espaciais. O professor Ginger estava com 80 anos de idade,sofria de um câncer terminal em seu cérebro e acabou cometendo o suicídio. Alguns disseram que ele havia sido mandado embora da NASA após ter ficado louco. Em sua residência ele mantinha diversas invensões e aparelhos de tecnologia própria onde o Prof. Ginger acreditava servir para a sua comunicação com seres de outros planetas’’.



-CENTRO DE PESQUISAS ESPACIAIS DA NASA
-Dr. Spencer eu acabei de receber uma mensagem do professor Ginger.

- Mas logo dele, Hughes? Aquele velho era um louco que se matou, não devemos levar as bobagens que ele diz a sério.

- O senhor deveria ouvir isso aqui doutor Spencer, dessa vez  o senhor vai confirmar que aquele velho não estava louco. É melhor o senhor ouvir essa gravação...

Ao mostrar a gravação enviada pelo professor Ginger para o doutor Spencer uma voz disforme e não humana saia dos falantes que havia na sala de pesquisas. Era aguda e metálica, lembrando às vezes os sons de golfinhos no fundo do mar com uma mistura estranha de sons de uma broca dentária em ação. Nada do que o professor havia conseguido captar e decodificar em seus computadores havia sido salvo e a mensagem real na estava nas mãos da NASA, sobrando apenas ruídos incompreensíveis.

-Hughes! Você faz eu perder meu tempo com uma gravação estúpida de ruídos causados pelos equipamentos de péssima qualidade daquele velho louco?

-Mas senhor,pode ser algo real.Eu nunca tinha ouvido nada semelhante,podíamos tentar estudar essa gravação e...

-Chega Hughes,jogue essa bobagem fora. Vou para minha sala trabalhar e não quero ser interrompido mais com essas besteiras, apenas se você estiver com vontade de perder o seu emprego aqui.

-Perdoe-me senhor. Não o incomodarei mais.

Hughes apagou a gravação enviada pelo professor Ginger e voltou ao seu trabalho rotineiro. Enquanto isso o doutor Spencer se dirigiu até sua sala trancando-lhe a porta para não ser mais incomodado por ninguém.
No momento que Spencer adentrou sua sala dois seres enormes e magros com a pele totalmente negra, de um escuro jamais visto por olho algum. Os seres não possuíam faces, apenas possuíam olhos finos e vermelhos como brasa. Os dois alienígenas soltaram alguns sons que seriam uma possível forma de linguagem. Doutor Spencer apenas os ouviu e logo em seguida retirou do bolso de sua calça um pequeno pendrive que continham as gravações feitas pelo professor Ginger contendo a mensagem decodificada com o pedido de ajuda recebida por ele.
Um dos áliens negros estendeu as mãos e pegou o pequeno aparelho. Logo em seguida as duas criaturas escuras desapareceram em meio a uma luz negra e com tons levemente avermelhados.
Spencer apenas se sentou em sua cadeira para fazer seu trabalho rotineiro como se aquilo que acabara de acontecer não tivesse importância alguma. E no interior de seu cérebro uma luz negra brilhava bem no centro de sua mente, havia ali um alienígena controlando sua vida e seus pensamentos. Ele estava em pleno gozo de sua viagem psicodélica,com sua pílula do prazer fazendo efeito , enquanto o seu corpo extraterrestre repousava em uma das camas da ‘’máquina de faz sonhos’’ no seu planeta TRES-2B. E o que Spencer não imaginava é que ainda restava ao alienígena mais 5 horas de efeitos alucinógenos...



DIA DAS CRIANÇAS










Nos últimos 4 meses a situação só tem piorado. Em todos os cantos do planeta o caos tem se espalhado,  não existe um vírus específico e nada que explique os terríveis fatos. Começou numa tarde em algum pais. Alguns imaginam que talvez tenha sido a televisão ou a internet outros dizem que a alimentação possa ter causado tudo isso. Teorias conspiratórias afirmam que é coisa do governo e tem ainda aqueles que dizem ser coisas do demônio, que Deus está nos fazendo pagar pelos nossos pecados. Ninguém conseguia explicar nada, o governo estava perdendo o controle da situação, a população mundial estava em pânico. A ciência se mostrava falha sobre o assunto, a medicina havia falido,os físicos não achavam a solução desse problema e filosofia alguma conseguia mostrar o caminho para sair daquela situação catastrófica para a humanidade.
Nesses últimos 4 meses todas as crianças com menos de 12 anos vieram a cometer suicídio em todos os cantos do mundo, sem nenhuma explicação e sem dizer palavra alguma. Elas apenas se suicidavam.
 Em apenas quatro meses o mundo já estava sem criança alguma,sem suas vozes,suas risadas e brincadeiras cheias de vida. Sem a energia cativamente da infância,sem os olhares inocentes e sem a fantasia e a imaginação. Os sonhos humanos haviam terminado, a humanidade chegava ao seu fim. Restavam apenas os humanos frustrados,deprimidos,bêbados,viciados e os mesmos bons cidadãos de sempre. Nenhuma reza adiantava ,era o fim de todos. O tempo devorando a cada dia mais rápido o sopro de vida que ainda restava para aqueles últimos seres humanos. A esperança havia ido embora junto com a última criança suicida de terra. Estavam todos condenados.
Todas as lojas de roupas infantis haviam sido saqueadas todos queriam guardar uma lembrança de um mundo onde elas existiam. Centenas de fotos das crianças mortas estavam espalhadas pelas paredes ,muros e postes das cidades, esse apenas era um meio de manter a esperança de que tudo voltasse ao normal novamente. As lojas de brinquedos e as escolas haviam se tornado templos de orações onde os mais religiosos se reuniam para rezar e acender velas. Os que antes eram depressivos e suicidas agora queriam viver desesperadamente cada segundo que lhes restavam, pois perceberam que eram os últimos remanescentes da raça humana.
Os últimos bebês que se teve notícia se suicidaram no ventre de suas mães se enforcando em seus cordões umbilicais. Elas simplesmente não queriam nascer mais.
Alguns mais fanáticos na tentativa de acalmar o seu medo e a sua ignorância frente ao desconhecido inventaram uma religião onde as mulheres e adolescentes eram seqüestradas e estupradas  numa espécie de oferenda ao novo deus invisível. Era uma tentativa absurda e bizarra de fazer com que o mal da extinção fosse resolvido e que as crianças voltassem a nascer. Pobres tolos...
Mas nada conseguia reverter aquela situação desesperadora para a espécie humana que se defrontava naquele momento com o seu fim. Talvez dentro de cinqüenta ou sessenta anos a humanidade se tornaria uma péssima piada de muito mau gosto.

Tudo iria piorar quando um ser obscuro apareceu para todos em determinado dia. Sua aparição aconteceu um mês antes do primeiro dia das crianças que o mundo iria comemorar sem nenhuma delas para presentear.
Este ser apareceu em cadeia nacional e em todas as televisões do mundo,na internet ,em todas as redes sociais onde a transmissão de sua mensagem poderia ser acompanhada em tempo real. Sua mensagem fora transmitida ao redor do mundo  no mesmo horário e numa língua onde todos podiam lhe entender , mas que a humanidade desconhecia até aquele momento.
De repente todos os canais e tudo o que estava sendo transmitido tinha sido interrompido e as telas das televisões e dos computadores haviam ficado negras. Em seguida, um símbolo mostrando um crânio humano com 3 órbitas oculares,um escorpião do lado direito e uma serpente do lado esquerdo do mesmo crânio. Um símbolo desconhecido,alguns pensaram ser uma nova jogada do governo para distrair a população de seu fim iminente,outros achavam ser mais uma propaganda política inútil. Mas não se tratava de nada disso pois surgiu na tela um ser usando um sobretudo negro,com vestimentas negras e um chapéu na mesma cor. Ele estava sentado em um trono enorme e em uma de suas mãos ele portava uma bengala vermelha onde havia um crânio dourado na ponta. Em suas mãos pálidas de unhas pretas e compridas ele possuía anéis de vários tipos. Crânios e escorpiões,pedras escuras,serpentes e alguns anéis possuíam escritos em uma língua desconhecida.  Seu rosto era sombrio tinha cabelo e cavanhaque grisalhos e em volta de seus olhos ele trazia olheiras profundas,com sobrancelhas grossas e arqueadas. Sua aparência sombria só aumentava quando ele mostrava os seus olhos. Seus globos oculares eram negros e suas íris eram vermelhas como o fogo.
Todos se perguntavam ao redor do mundo quem poderia ser aquela figura que se mostrava para todos em seus lares simultaneamente.
De repente ele falou como se ele ouvisse o pensamento de todos,dando respostas para cada pergunta ou questionamentos que surgiam diante de sua imagem.
Ao se apresentar ele disse: ‘’Cuidado com o que pensam e com o que vão perguntar pois eu vivo onde vocês menos imaginam,eu sou aquele que possui vários nomes e que reina soberano no maior reino que existe nesse planeta. O meu reino fica em suas mentes.’’
As pessoas ficaram atônitas em seus lares e nas ruas todos acompanhavam aquela transmissão ao vivo. De seus celulares,computadores,televisores,em bares e restaurantes e em todo os lugares onde ele podia ser visto. Todos estavam reunidos  para ver aquela transmissão mundial misteriosa.
O ser se apresentou dizendo o seu nome, ele se chamava Réficul. Disse aos humanos que ele tinha vindo para salvar a humanidade e para fazer uma oferta para todos. Informou aos humanos que sua oferta teria o prazo de um mês para ser discutida entre toda a população mundial.
Réficul explicou à todos que ele havia enfeitiçado a humanidade impedindo assim que as crianças nascessem e este mesmo feitiço fez com que as crianças vivas cometessem suicídio em massa. Ao saber daquilo as pessoas ficaram apavoradas sem saberem o que fazer e ao mesmo tempo sentindo uma enorme raiva daquele ser sombrio que vos falava.
Disse aos humanos que sua proposta era simples e que ele precisava da resposta dentro do período de um mês.  Falou com sua voz grave e obscura que ele voltaria pela sua resposta no dia doze de outubro.
Assim ele falou aos humanos: ‘’ Minha proposta é a seguinte vocês terão  1 mês para decidir se você querem suas crianças de volta a vida ,mas para isso terão de abdicar das suas entregando-me suas almas no dia doze do próximo mês. Vou ajudar vocês  a limpar este mundo das suas fraquezas,estupidez,covardia ,medos,vícios e fanatismos. Vou limpar esta terra de todo o mal que vocês vêm produzindo e carregando em suas entranhas desde o começo de sua história nesse lugar. Vou deixar aqui a pureza de suas crianças que ainda não foram contaminadas por vocês, eles serão as responsáveis por reconstruir a humanidade futura. Para que isso ocorra, eu tenho que levar todos vocês os últimos adultos que ainda restam aqui.  Terão que vir comigo. Ou então vocês podem escolher em não salvar a raça humana de vocês mesmos e continuar suas vidas aqui sem as suas crianças até que o último adulto morra. Sendo assim levarão a sua espécie à extinção de uma vez por toda. Vocês escolhem! Dia doze estarei de volta e para ajuda-los em sua decisão eu deixarei com vocês as suas crianças que eu levei embora. Façam suas escolha e divirtam-se.’’
Com isso Réficul sumiu das telas sua imagem desapareceu assim como havia aparecido. Toda a programação normal havia voltado. Todos os canais , redes sociais e internet estavam normalizados. Enquanto isso o mundo estava apavorado com aquela figura sinistra e com sua proposta assustadora. Teria sido uma alucinação coletiva,algum tipo de histeria mundial?
Mas o pior ainda estava por vir, de repente todas as crianças suicidas voltaram à vida. Todas foram chegando aos poucos em seus antigos lares recebidos com muita emoção por seus parentes. Alguns diziam ser aquilo um milagre outros gritavam de felicidade,choravam e abraçavam com muita emoção os seus filhos queridos. Todos estavam com as esperanças renovadas e felizes mas ao mesmo tempo temiam em seu íntimo a proposta da figura macabra chamada Réficul.
A dúvida pairava nas mentes daquelas pessoas desesperadas num misto de alegria e medo. Teriam que abdicar de suas vidas para salvar seus filhos e suas crianças amadas.
O que aquelas pessoas não imaginavam é que a alegria em rever seus pequenos iria durar muito pouco, aquelas já não eram mais as mesmas crianças que eles haviam conhecido. Algo havia mudado...

A CÚPULA MUNDIAL –

Enquanto as pessoas festejavam o retorno das crianças os líderes mundiais realizaram uma reunião para decidir o futuro da humanidade o mais rápido possível. Logo fora decidido que haveria um plebiscito onde as pessoas votariam de seus computadores,celulares e nas urnas que seriam espalhadas por todas as cidades do planeta. Tudo foi feito com a maior pressa possível.  E assim que a votação se encerrou ficou decidido no mundo que os seres humanos não iriam aceitar a opção de ter que morrer para salvar as crianças.  A maioria da população mundial fez esta escolha, enquanto que 40%  foram contra e achavam melhor morrerem todos para salvar as crianças e o planeta,não se importando em se entregar para Réficul.
Nos quinze primeiros dias após a aparição de Réficul as pessoas estavam se mantendo tranqüilas pois seus filhos estavam de volta e a decisão já havia sido tomada. A maioria havia decidido que eles seriam os últimos humanos e não deixariam Réficul levar seus filhos embora novamente. Mas nos últimos quinze dias restantes a situação foi ficando cada vez pior para os cidadãos do mundo.
Aqueles que haviam votado contra a decisão da maioria estavam revoltados com o egoísmo e o cinismo da maioria. A chance de salvar as crianças e o planeta das páginas negras da história da humanidade estava sendo ignorada pela maioria. Frente a essa situação o caos se instalou. Os desentendimentos aumentaram e as pessoas começaram a matar umas as outras. Para piorar a situação os governantes cortaram relações e uma guerra nos 12 dias finais antes da volta de Réficul teve início. Todo o arsenal militar  bélico,biológico,químico e nuclear fora usado contra aqueles que não aceitaram a decisão da maioria. Os governantes chegaram ao cúmulo de estimular a população a estar saindo nas ruas com suas armas para caçar os assim chamados traidores. Mortes cadáveres,doenças,contaminação da água e de alimentos e as terríveis conseqüências da radiação nuclear puderam ser vistas de maneira catastrófica em poucos dias após  início da guerra. Mais uma guerra sem vencedores e tendo como fundo a trilha sonora da loucura humana.

CRIANÇAS –

No começo tudo ia bem. Os pais estavam radiantes e felizes com a volta de seus filhos durante os primeiros 15 dias do retorno. Nos últimos 15 dias enquanto a loucura tomava conta dos governantes mundiais, as crianças começaram a demonstrar um comportamento bizarro. No início elas eram apenas apáticas e depressivas não sorriam e não brincavam,não falavam e não demonstravam nenhuma empatia,todas apáticas.
Nos quinze dias finais que antecediam o retorno de Réficul elas se tornaram monstros demoníacos. Algumas iam até o quarto dos pais e os ficavam observando dormir durante a madrugada toda em pé ao lado de suas camas. Outras não comiam e caminhavam de quatro como pequenas tarântulas bem desenvolvidas. Houve relatos de que alguns pais encontraram seus filhos andando dessa forma pelas paredes dos corredores e dos tetos de suas casas durante a madrugada. Aquelas crianças não dormiam e não comiam mais. Tinham aquelas que gritavam ininterruptamente durante a noite. E tinham também as que arrancavam os próprios cabelos para juntar tufos enormes e os engoli-los. Os acontecimentos bizarros foram aumentando cada vez mais e em todos os países. Crianças comendo fezes,matando os animais de estimação da família,destruindo a própria pele,cortando a própria língua fora,arrancando os olhos com tesouras, com os dedos decepados e algumas apresentavam vozes graves e distorcidas como se estivessem possuída por algum demônio. Tinha lugares onde as crianças falavam com se estivessem possuídas não por um mas por vários demônios, pois era possível ouvir em suas vozes centenas de timbres e tons. Quando a guerra dos últimos dias começou elas não foram afetadas pelas armas,pelos vírus e radiação, elas permaneceram intactas.
No último dia antes da chegada de Réficul todas saíram as ruas durante a noite. Um canto atordoante fora entoado por todas aquelas crianças estranhas formando um som dissonante desconexo e com frases ininteligíveis vindas de uma língua jamais ouvida no planeta Terra. A sensação dos adultos que haviam conseguido sobreviver ao caos da guerra final era a de que as crianças estavam celebrando a chegada de Réficul que se daria no dia seguinte.


12 DE OUTUBRO DE 2016 –

Nos últimos dias a grande guerra entre aqueles que eram a favor de entregar suas vidas para Réficul e salvar as crianças contra aqueles que não aceitaram essa condição, acabou destruído boa parte da humanidade e do mundo urbano até então conhecido. Os seres humanos que ainda restavam eram aqueles que gostariam de ser os últimos sobreviventes da terra não se importavam com o futuro não iriam desistir de suas vidas para que as suas crianças continuassem na Terra construindo uma nova sociedade.
As ruas estavam tomadas pela violência extrema gangues de estupradores se espalhavam por todos os lugares,vísceras,membros espalhados por todas as partes e com o cheiro de carniça extremamente forte que só aumentava a cada dia. O sangue enfeitava morbidamente as ruas da cidade, a morte estava por todos os lados. A comida era escassa, com isso o canibalismo havia se tornado a ordem do dia. Algumas pessoas usavam ornamentos como colares de orelhas cortadas de dentes arrancados e de dedos decepados em seus pescoços. Além daqueles que acabavam sendo vítimas da violência extrema havia aqueles que morriam de fome doente e pela radiação que se espalhavam com uma rapidez enorme. A água estava toda contaminada. Os humanos não raciocinavam mais e deram vazão ao seu lado mais escuro e primitivo tornando-se todos verdadeiras bestas ferozes.
Os atos de violência só cessaram no dia que antecedia a chegada de Réficul. As bestas humanas voltaram ao seu estado racional quando viram que todas as crianças saíram nas ruas e cantaram em coro o nome de Réficul. Seus corpos estremeciam e se contorciam em frenesi. Os pequenos e frágeis pescoços daquelas crianças alucinadas giravam com muita força quebrando os seus pescoços. Os ossos das pequenas colunas estalavam e de seus olhos escorria um sangue de coloração negra os globos oculares das crianças estavam brancos e mortos. Algumas arrancavam os cabelos por inteiro. Outras crianças se deliciavam com as vísceras humanas espalhadas pelo chão esfregando seus corpos nelas lambendo e mordendo os nervos e tendões. Uma das crianças fez da pele de um cadáver a sua vestimenta outra pegou um intestino de um dos mortos e o enrolou em volta de se pescoço enquanto sorria de forma psicótica. De repente pequenos fetos de corpos frágeis e rosados surgiram se arrastando pelo chão sujo de sangue. Suas pequenas bocas emitiam ruídos similares a gritos de desespero e de dor.
No momento em que os adultos assistiam àquela cena de horror as crianças entoavam o nome de Réficul com muita força. Em seguida uma nuvem vermelha gigante cobriu todo o globo terrestre transformando o planeta numa enorme bola de carne perdida no meio do espaço. Daquela nuvem vermelha despencou uma terrível chuva de cabeças e vísceras de peixes apodrecidos cobrindo tudo e a todos com aquele material escarlate infernal. O sangue e a carne tomavam conta do mundo. No meio da chuva diabólica as crianças dançavam loucamente e sem cessar os movimentos entorpecidos por toda aquela massa vermelha de carne e sangue. Esta cena bizarra fez com que os adultos que antes estavam tomados pela loucura despertassem para um estado de sanidade apavorante frente aquele espetáculo decadente.

Ao amanhecer, todos aguardavam nas ruas a chegada de Réficul. Os adultos agora estavam com a sua sanidade retomada graças ao show demoníaco que eles visualizaram na noite anterior. Réficul chegaria ao meio dia para ter a sua resposta.

Quando deu meio dia o Sol ficou negro e nuvens cinza tomaram conta dos céus. Réficul apareceu em todas as ruas e em todas as cidade simultaneamente ele trazia ao seu lado um pequeno garoto de pele negra cabelos louros, sobrancelhas vermelhas e olhos azuis.
Todos podiam ver e ouvir o ser sombrio. Sua voz grave e escura entrava em suas mentes consumindo seus cérebros por inteiro. Réficul logo perguntou:
‘’-Vim buscar minha resposta, o que vocês decidiram?’’
Todos ficaram com medo e nenhuma voz se atreveu a se fazer ouvida. Réficul então lhes disse em seguida:
‘’ Eu vim para salvar esse mundo de vocês. Dei lhes a chance de mudar a sua história de uma vez por todas. Vocês podem acabar com séculos de guerras estupidez,alienação e assassinatos, escravidão, estupros, governos inúteis , o fanatismo e com o seu dogmatismo doentio. Vocês podem salvar a humanidade deixando esse mundo nas mãos da sabedoria pura de suas crianças com sua criatividade e espontaneidade genuínas. Elas podem reconstruir sua espécie,pois elas ainda não foram corrompidas por vocês,por isso eu as tirei de suas mãos. Dou-lhes a chance de livrar este planeta de seus medos e covardia de seus vícios e ignorância. Vocês adoeceram esse mundo e eu trago a cura’’.
Todos ouviam aquelas palavras saindo da boca daquela figura enorme e sombria que se encontrava em todas as partes do planeta. O garoto que o acompanhava apenas observava  a situação sem dizer nada.
Foi nesse instante que o ser sombrio obteve a sua resposta. Ele enxergou nas profundezas das mentes de cada um, em seus mais profundos desejos o que cada um queria. Nisso ele viu que todos desejavam a mesma coisa. Ele apenas sorriu e disse:
‘’Muito bem! Vocês fizeram suas escolhas e terão o que desejam. Escolheram ser os últimos humanos do planeta e assim o serão’’.
Após as palavras de Réficul ele ergueu sua mão e com um pequeno gesto como se fosse uma ordem dada, as crianças diabólicas correram na direção dos humanos que ainda restavam e num ataque mortífero deu-se início ao massacre. As crianças caçavam um por um dos adultos arrancando-lhes os órgãos e os membros. Todos os adultos estavam sendo estraçalhados e devorados por aquelas crianças macabras.
Os Gritos de dor e pânico aos poucos iam se extinguindo ao redor do mundo até que o último adulto fosse devorado por aqueles pequenos seres das trevas.
Após o extermínio Réficul ergueu sua bengala e a bateu com força no chão esse ato fez com os céus se abrissem e a luz do Sol voltasse a brilhar o chão estava limpo e sem nenhuma carcaça humana. As águas e o ar estavam limpos novamente. As crianças não apresentavam mais aquela forma aterrorizante e todas haviam voltado à vida milhões delas espalhadas pelo mundo. O planeta estava pronto para uma nova era e para um recomeço que seria conduzido por aqueles pequenos seres cheios de vida.
Réficul segurou na mão da criança de pele negra estava ensangüentada e com um enorme furo no meio, olhou para ela e lhe disse: ‘’ Vamos meu irmão Susej! Nosso trabalho aqui está feito. Eles nunca se lembram do nosso esforço sempre acabam esquecendo’’.

Ambos se viraram e foram embora, caminhando juntos de mãos dadas no horizonte com passos curtos e sem pressa alguma,pois eles sabiam que logo eles teriam de retornar ali...

23












São 6 h da manhã
As naves xt sobrevoam os nossos céus
Pulverizando o nosso ar com o gás verde
Eles só querem nos proteger de nossos pensamentos
Temos de agradecer todos os dias
Ao nosso querido presidente ken  e sua esposa Bárbie
No céu eu vejo uma montanha flutuando
Então está tudo bem
Visto minha roupa feita de pele
Costurada com fios de cabelos
Arranco minhas sobrancelhas e engulo os pelos
Vou ao banheiro e cago uma peruca
Talvez eu use ela hoje
Vou até a cozinha e abro o meu guarda chuva
Dou bom dia para minha esposa inflável
Ela é tímida e nunca fala nada
Desde que chegou pelo correio ela nunca disse nada
Talvez seja o casamento
Olho no calendário com imagens de idosas nuas
Vejo que hoje é dia 23
É dia de comemorar o santo cachorro quente
Padroeiro dos gases fétidos
Amém
Pego uma revista pornográfica com fotos de insetos nus
Fico excitado
Muitas antenas
Pequenas patas peludas a mostra
Corpos carnudos e fartos de lacraias sensuais
Moscas gostosas de corpo azul
E o que dizer das barriguinhas saradas da baratas?
Não agüento e me masturbo
Ejaculo na frigideira
Frito a sêmem e faço um omelete
Deixo para minha esposa com amor
Finjo que tomo um café
Tomo um copo com leite de gambá fêmea
Pego minha maleta vazia
Coloco o meu bico de ornitorrinco e vou trabalhar
Preciso ganhar a vida
Preciso de dinheiro para poder morrer em paz
Bebo um gole da água do cachorro e como a sua ração
Rosno pra ele saber quem é que manda na casa
Despeço me de meus filhos bexigas
Pego um canetão e reforço o contorno do desenho de seus rostos
Preciso mantê-los sempre sorrindo
Ninguém quer filhos tristes
Mas está tudo bem
Abro a porta de casa com uma escopeta
E vou trabalhar
Entro em meu carro de formato fálico
Vejo se o do vizinho é maior que o meu
Só pra garantir que hoje o dia vai ser bom
Dou a partida
Faço o som do motor com a boca
Que motor potente!
Olhem para mim sou o maior de todos e o mais forte
E está tudo bem
Na rua chimpanzés fêmeas andam bem vestidas
Belas roupas de marca e ótimas maquiagens
Se equilibram em seus saltos com suas perucas loiras
Babuínos machos da bunda roxa
Andam apressados com seus belos ternos e suas gravatas combinando
E está tudo bem
No meu pulso o relógio corre no sentido contrário
No rádio o pastor diz que milhões de crianças
Irão cometer suicídio coletivo no mundo todo
E tudo será televisionado nesta noite
Fico feliz pois nós odiamos as crianças com muito amor
Com sua jovialidade energia espontaneidade e criatividade
Enquanto nos estamos morrendo e envelhecendo
Nós sabemos odiar com carinho estas crianças
Mas está tudo bem
Preciso parar para arrumar meu cabelo ou perco o emprego
Passo fezes de cavalo e faço um belo penteado
Vou ser promovido agora
Talvez me coloquem para lamber latrinas no andar de cima
Estou animado
Dia 23
E está tudo bem
Meu deus uma senhora precisa de ajuda pra atravessar a rua
Desço do meu super carro e vou ajuda-la
Atravesso ela e a deixo do outro lado da calçada
Ela olha pra mim e diz
Vamos fazer sexo?
Eu digo que está tudo bem
Ela tira sua dentadura e fazemos ali mesmo na rua
Ninguém vai ligar
Estava na moda ontem
Termino o ato e digo adeus
Volto para meu carro e atropelo um alienígena de 4 cabeças
Vejo se ele possui asas
Se ele tiver ai que eu mato mesmo
Odeio essa maldita raça diferente da nossa
E eles se relacionam sexualmente de uma maneira repugnante
Todos devem morrer
Talvez o nosso querido presidente Ken e sua bela esposa Bárbie
Mande matar toda essa raça maldita
Mas está tudo bem
Vou para o trabalho
Meu querido patrão abaixa as calças e manda eu beijar suas nádegas brancas
Faço o que ele manda
Ele pede pra eu lamber suas botas
Faço o que ele pede
E agora ele manda eu abrir minha boca
E quando o faço levo uma enorme escarrada em minha garganta
Quase me engasgo com tamanha bola de catarro
Mas ele é meu querido chefe
E está tudo bem
Acabo não recebendo minha promoção
Mesmo lambendo as latrinas com afinco
Volto pra casa
Mas antes ligo para minha esposa pra ver se ela tinha feito o jantar
Ela não atende o telefone
Deve estar me traindo
Chego em silêncio
Quero pegar no flagra
Ao adentrar o nosso quarto
Vejo que ela estava na cama com um abajur por cima dela
Fico enfurecido
Não me casei para ser traído
Eu a amava
Corro na cozinha e pego uma faca
Perfuro seu corpo de borracha por várias vezes
Todo o ar jorra de seu corpo
Sujando toda a nossa cama
Seu corpo fica flácido e murcho
Pego o abajur e olho bem pra ele
Arranco o fio da tomada
Sua luz se apaga
Caio em gargalhada
Jogo ele ao chão
Vou para o andar de baixo
Preciso terminar o que comecei
Pego um alfinete e perfuro todas as crianças
O estouro preenche meus ouvidos
Aqueles rostos não paravam de sorrir
Mesmo jogados no chão e sem ar
Mas estava tudo bem
Hoje é dia 23
Temos de comemorar
Tento me matar parando minha respiração sozinho e não consigo
O ar sempre acaba entrando nos pulmões
Uma nave alienígena para na minha frente
Dois pequenos seres azuis saem de dentro
Seus rostos eram felizes
Eles me convidam para tomar um chá no bar da esquina
Eu respondo que sim
E está tudo bem
Ao sentar no bar
Pedimos os nossos chás
O meu eu queria com sabor de azulejo
Eles pediram chás sabor vidro moído
Fiquei desconfiado pois estava tudo bem
E eles queriam me ferrar
Tomei meu chá sem tirar os olhos deles
Sabia que eles iriam aprontar comigo
Para me prevenir pego um garfo da mesa e furo os olhos deles
Uma maça cinzenta escorria daqueles seres
Levanto e fujo
Ninguém iria estragar meu dia
Estava tudo bem
Estava apertado e precisava ir ao banheiro
Paro numa esquina atrás de um poste de borracha
Corto meu pênis com um canivete para apressar a urina
Fazendo com o líquido saísse mais rápido
Esvaziando assim minha bexiga
Quando termino de urinar
Percebo que meu pênis cortado estava rastejando pelo chão
Parecia que ele estava indo para algum lugar
De repente ele parou e virou a glande na minha direção
A uretra começou a se mover como uma boca
Ele me disse
Olhe para o seu interior
E continuou rastejando em sua jornada
Fiz o que ele me pediu
Resolvi olhar para o meu interior
Tirei minhas calas e me dobrei no meio
Até que meu rosto alcançasse minhas nádegas
Enfiei minha cara em meu ânus
Tentei ver o meu interior seguindo os conselhos do sábio
Pênis rastejante e vi que não havia nada lá dentro
Tudo era vazio e escuro
Havia apenas um olho
Que piscou para mim
Ao tirar o rosto do meu reto
Vejo que uma lágrima cai
Mas eu não queria chorar
Faço um esforço para que a lágrima fosse sugada de volta
Para dentro do meu olho
Mas não funciona
Uma barata gigante de plutão senta ao meu lado
Ela me pergunta se estou tendo um dia ruim
E respondo para ela que não
Que hoje é dia 23 devíamos festejar e
Que estava tudo bem
Ela olha para mim em seguida dizendo
Vamos festejar então
Ela me coloca embaixo de suas asas escura e levantamos vôo
De repente caio no sono
Quando acordo vejo que várias baratas gigantes estão ao meu redor
Todas olham pra mim com afinco
Vejo que estou deitado em uma mesa grande
Estou todo enfeitado
Na minha barriga uma vela de aniversário
Com a forma do número 23 está costurada na minha barriga
E estava acesa
Em seguida eles cantam em outra língua que não entendo
Uma barata gigante vem em minha direção com uma faca
Ela começa e me cortar em pedaços
Ao invés de sangrar o meu corpo libera creme de morango e chocolate
Não sinto nada pois tudo estava bem
Uma delas coloca a pata em minha perna
Tirando uma lasquinha do meu corpo
Ela olha para mim e diz
Como você é saboroso
Eu tinha virado um belo bolo de aniversário
Mas estava tudo bem
Hoje é dia 23
Vamos comemorar
Uma das baratas gigantes segura minha cabeça em suas patas
Ela me leva até uma pequena janela
Ela me mostra que estamos no espaço
Vejo as estrelas e o planeta terra ficando cada vez menor e mais distante
Ela diz que estamos indo para a galáxia do intestino solto
Onde fica o seu planeta
Ela diz que onde ela mora os seres não são de papel
Como eu estava acostumado a ver
Uma barata menor festeja no local usando um chapéu de aniversário
A barata gigante que me carregava em suas patas
Bota seus ovos em meus ouvidos dizendo para eu ficar calmo
Obedeço o que ela diz
Afinal estava tudo bem
Ela diz que suas larvas vão crescer em minha cabeça
E se alimentarão de meu cérebro
Eu apenas digo a ela
Está tudo bem

Hoje é dia 23